Ela não sentia dor. Nem inchaço, nem febre. Apenas uma sensação sutil de que algo estava diferente. Um contorno que mudou, uma leve assimetria, uma firmeza que não era de antes. Foi por precaução que ela investigou. E o exame confirmou: o implante mamário estava rompido.
O rompimento de uma prótese de mama pode acontecer de forma totalmente silenciosa, sem dor ou sinais externos evidentes. E, por isso, é mais comum do que se imagina. Muitas mulheres descobrem o rompimento durante uma ressonância magnética de rotina, sem nunca terem notado nada no próprio corpo.
Com o tempo, porém, esse rompimento pode gerar alterações no tecido ao redor — como endurecimento, retração, perda de simetria ou inflamação discreta. Em casos mais antigos ou de próteses de gerações passadas, o silicone pode migrar para além da cápsula. Nesses casos, a recomendação médica é clara: realizar o explante.
Por que o implante rompe?
As próteses mamárias modernas são seguras, mas não são permanentes. Com o tempo, o material sofre desgaste natural. Impactos, compressões, cirurgias anteriores ou até o simples passar dos anos podem levar ao rompimento da membrana externa. Isso pode acontecer com 10, 15 ou 20 anos de uso, dependendo do tipo de implante e da resposta do organismo.
A ruptura pode ser:
Intracapsular: o gel de silicone permanece dentro da cápsula fibrosa formada pelo corpo;
Extracapsular: o silicone ultrapassa essa cápsula, podendo entrar em contato com outros tecidos.
Em ambas as situações, a conduta segura é remover o implante e avaliar a cápsula ao redor.
Como é feita a cirurgia de explante por implante rompido?
O explante mamário é a cirurgia que remove a prótese e, quando necessário, também a cápsula que se formou ao redor dela.
Em casos mais simples, com rompimento recente e intracapsular, a retirada pode ser feita de forma direta;
Quando há extravasamento de silicone ou inflamação, pode-se indicar uma capsulectomia parcial ou total, com irrigação abundante da loja mamária;
A cirurgia pode ser combinada com mastopexia (lifting mamário) ou enxertia de gordura (fat grafting), dependendo do desejo da paciente e da anatomia mamária após o explante.
Cada decisão é tomada com base em exame físico, histórico da paciente, imagens de ressonância e objetivos estéticos e funcionais.
Pós-operatório: o que esperar
O pós-operatório do explante por ruptura costuma ser mais leve do que o de cirurgias com lipoaspiração associada. Mesmo assim, exige atenção:
- Internação hospitalar de 24 horas (na maioria dos casos);
- Uso de malha cirúrgica compressiva por pelo menos 30 dias;
- Cuidados com curativos e repouso relativo na primeira semana;
Evitar levantar peso e praticar exercícios por 30 a 45 dias, com retorno gradual após liberação médica;
Acompanhamento com avaliação clínica e, se necessário, exames de controle.
Drenagem linfática não é indicada de rotina, a não ser que haja lipoaspiração associada.
Quais os riscos do explante com implante rompido?
Como qualquer cirurgia, o explante também tem riscos — especialmente quando há extravasamento do silicone ou cirurgias anteriores:
Seromas e hematomas;
- Infecção;
- Alterações na cicatrização;
- Assimetria mamária ou perda de volume;
Sensibilidade alterada temporária.
A escolha de um cirurgião experiente e de um hospital com boa estrutura é essencial para reduzir essas chances e conduzir o tratamento com segurança.
Conclusão: quando algo muda em silêncio, é hora de escutar com atenção
O rompimento de uma prótese de mama não é uma sentença, mas sim uma oportunidade de reavaliar seu corpo, seu momento de vida e seus desejos reais. Em muitos casos, é a chance de seguir sem a necessidade de novas próteses — com um contorno natural, saudável e confortável.
Se você descobriu um rompimento ou está em dúvida sobre seus implantes, oferecemos uma consultoria inicial personalizada. É nessa etapa que avaliamos seus exames, ouvimos sua história e montamos o início de um plano de tratamento mais amplo, técnico e individualizado.
