
A cirurgia plástica foi feita. Mas o seu corpo ainda está em transição.
O inchaço, o desconforto, a rigidez… tudo isso faz parte da cicatrização.
Só que o que muita gente não sabe é que o resultado final não depende só do que foi feito no centro cirúrgico.
Ele é moldado no pós-operatório — sessão após sessão de drenagem linfática, com técnica, paciência e cuidado.
Aqui está o que você vai viver — com respaldo da prática clínica e da ciência:
Dias 3 a 5 – O primeiro toque: o sistema linfático é reativado
Nos primeiros dias, o corpo ainda está sensível, retendo líquido e reagindo à cirurgia.
É quando a drenagem começa. O toque é leve, direcionado, respeitando a anatomia linfática e o limite de cada paciente.
Estudos demonstram que a drenagem linfática iniciada de forma precoce pode reduzir significativamente o edema e a dor nas primeiras sessões. Em um estudo de 2018, pacientes submetidas à lipoaspiração abdominal apresentaram alívio do desconforto e menor acúmulo de líquido já após a terceira sessão de drenagem (Silva et al., 2018).
Além disso, uma revisão integrativa de 2019 reforça que o início precoce da DLM favorece a recuperação funcional e reduz o tempo de reabilitação (Oliveira et al., 2019).
Semana 2 – O corpo responde: o inchaço cede, o contorno começa a surgir
Essa é a fase em que você começa a se sentir mais leve — literalmente.
As sessões seguem com frequência (geralmente 2 a 3 por semana), e o corpo mostra sinais de melhora: menos retenção, menos rigidez, menos dor.
Para pacientes que realizaram lipo com tecnologia de retração de pele (como VASER), essa etapa é especialmente importante.
Um estudo de 2020 avaliou pacientes operadas com VASER e concluiu que aquelas que realizaram drenagem tiveram menor incidência de enrijecimento tecidual e relataram maior conforto durante a recuperação (Pereira et al., 2020).
Aqui, a drenagem também atua como prevenção de fibroses — um dos riscos mais temidos por pacientes e cirurgiões plásticos no pós-operatório de lipoaspiração.
Semana 3 – A fase do refinamento: simetria, mobilidade, ajuste
Você já nota o corpo mudando. A silhueta começa a se definir. As roupas encaixam melhor. Mas o cuidado continua.
Nesta fase, a drenagem ajuda a liberar pequenas tensões e facilitar o deslizamento dos tecidos — essencial para que a pele se acomode com naturalidade.
Segundo pesquisa de Souza et al. (2021), pacientes que mantiveram sessões regulares até a quarta semana apresentaram melhor acabamento estético, com menos irregularidades, maior homogeneidade da pele e menor espessura subcutânea nas áreas tratadas.
Semanas 4 e 5 – O resultado se consolida
O inchaço desaparece quase por completo.
A sensação de peso vai embora.
Agora, cada sessão de drenagem atua como um polimento:
acomoda a pele, ajuda a simetrizar os contornos e finaliza o processo de recuperação.
Mesmo que a melhora pareça sutil, ela é visível e mensurável.
Estudos mostram que a drenagem linfática contínua melhora a organização tecidual, evita microaderências internas e contribui para a estética final do contorno (Souza et al., 2021).
Quantas sessões são necessárias?
A média ideal fica entre 5 e 15 sessões, distribuídas ao longo de 30 a 45 dias.
Cada corpo tem seu ritmo. Mas quando respeitado, o resultado aparece — leve, bonito, natural.
Referências científicas:
- Silva, J. S. et al. (2018) – Rev. Bras. Cir. Plást., 33(4), 511-516.
- Oliveira, A. C. et al. (2019) – Fisioterapia Brasil, 20(2), 203-208.
- Pereira, F. A. et al. (2020) – Rev. Saúde e Desenvolvimento, 14(21), 134-142.
- Souza, M. H. et al. (2021) – Rev. Interfaces da Saúde, 9(1), 44–51.
Você já fez a parte mais difícil.
Agora, deixe seu corpo ser cuidado como ele merece.
A drenagem linfática não é um detalhe.
É o passo silencioso que transforma a recuperação em resultado.